Da Redação -19/04/2018 09:17
Onde estão
as pessoas altruístas de Andradina? Os empresários, comerciantes, fazendeiros,
clubes de serviços, governo municipal, evangélicos, católicos, espíritas e
outras classes sociais?
Onde estão
que não cumprem as palavras do mestre Jesus “mais bem aventurado e dar do que
receber”? Será que não têm sensibilidade suficiente para estender a mão a quem
necessita de ajuda?
Afinal, no
próximo dia 7 de maio fará um ano em que a diarista Márcia Cristina Evaristo da
Silva e sua neta menor perderam a casa num incêndio e de lá pra cá vivem um
drama por terem que morar de favor em casa de amigos, parente e de aluguel.
A tragédia
ocorreu um dia depois de a estudante Rhianny Gabriella Teixeira dos Santos completar
10 anos. Ela e a avó foram almoçar na casa de uma filha da diarista que mora no
bairro Castanheira e vizinhos ligaram dando a triste notícia do incêndio que
consumiu o único bem da família, na Rua Princesa Izabel, 184, bairro São Pedro.
Vizinhos
arrombaram o portão e conseguiram salvar a Biz da diarista, fogão, botijão e
uma geladeira mesmo chamuscada. O resto, incluindo roupas e documentos, as
chamas consumiram tudo. Até o salário de um mês de serviço que Márcia
havia recebido.
SEM AJUDA, MAS COM FÉ
“Não tivemos
ajuda alguma do poder público ou qualquer outra instituição, mas temos fé em
Deus que ainda retornaremos para nossa casa, no momento condenada pela Defesa
Civil”, diz a diarista, que no momento mora de favor na casa de um filho, num
simples imóvel de madeira alugado na Avenida Rio Grande do Sul.
Depois do
incêndio locou uma casa, mas não conseguiu manter o aluguel e foi habitar de
favor na residência de uma amiga no bairro Nova Canaã, onde junto com a filha
dormiam em colchão estendido no chão.
Apesar da
distância, Rhianny optou por ficar na Escola Zoraide, na vila Mineira, porque
também nutre esperança de retornar para casa. “Tenho saudades de tudo que havia
lá”, afirma a adolescente, que vai completar 11 anos em maio em meio à
frustração e sem ao menos um teto para se abrigar.
TERRENO
COMPRADO COM SACRIFÍCIO
A estudante
e a avó divorciada há cerca de três anos continuam as sessões com psicólogo
para vencerem o trauma pós-incêndio. A casa foi erguida com muito sacrifício
após a compra do terreno duas décadas atrás, com o 13º de entrada e mais 23
parcelas.
Apesar da
perda ele vem pagando, com dificuldades o IPTU e o valor mínimo de água do
imóvel. Divorciada há cerca de três anos, Márcia Cristina sobrevive de diárias,
mas tem enfrentando dificuldades até pra comprar leite para a filha.
Com
problemas de diabetes, reumatismo e até cirrose, mesmo sem nunca ter bebido, a
diarista sequer reúne condições para adquirir medicamentos necessários pós
cirurgia bariátrica realizada pela SUS algum tempo atrás pelo risco de morrer.
Perdeu quase 60 quilos. Mas seu sonho maior é retornar à sua casa.
Márcia
Cristina acredita que o poder público e a sociedade podem lhe estender as mãos
nesse período difícil. “Na vida a gente passa por altos e baixos; hoje estou
precisando, amanhã pode ser você”, avalia a diarista, esperançosa em ver seu
imóvel restaurado.
Nota da Redação: A reportagem sugere a união de
esforços e um mutirão para reconstrução do imóvel, a partir de doações de
materiais de construção de pessoas solidárias com a situação. O telefone de
contato de Márcia Cristina é o 18 99743-0167.