metropoles -13/02/2025 08:24
O ciclo de bandeira tarifária verde — ou seja, sem taxas extras nas contas de luz — chegou a três meses consecutivos em fevereiro, mas a chegada de uma nova onda de calor no país preocupa, o que pode ampliar o consumo de energia elétrica.
A previsão é de que a onda de calor, que começou nessa
quarta-feira (12/2), se estenda até 21 de fevereiro e passe pelas regiões Sul,
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
Com esse fenômeno meteorológico no radar, o Metrópoles te
explica como a energia elétrica interfere nos preços de bens e serviços do
país, dá dicas de como reduzir o consumo e economizar no fim do mês.
O fator energia elétrica na vida dos brasileiros
No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado
a inflação oficial
do país, a energia elétrica residencial integra o grupo
Habitação. No cálculo da inflação, a energia corresponde a 25% do grupo.
Como a eletricidade é uma parcela significativa do grupo
Habitação, ela é capaz de pressionar a inflação.
Os preços da energia elétrica residencial recuaram 14,21% no
mês passado. Essa queda foi a principal responsável pela desaceleração da inflação no começo de 2025, que subiu apenas 0,16% — menor
nível para o mês de janeiro desde 1994.
A energia elétrica ainda exerceu o maior impacto negativo (-0,55
ponto percentual) no IPCA geral.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE),
a queda nos preços da energia elétrica ocorreu devido à “incorporação do Bônus
de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”.
O desconto do “Bônus Itaipu” trata-se do crédito repassado à conta de
energia dos consumidores brasileiros residenciais e rurais que tiveram consumo
inferior a 350 quilowatts-hora em ao menos um mês de 2023.
A conta de luz segue barata em decorrência das condições de
geração favoráveis, com as cheias dos reservatórios. Embora o cenário seja
positivo, é necessário manter o consumo consciente.
Em comunicado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reforçou
as práticas do consumo consciente “para evitar desperdícios e contribuir para a
sustentabilidade do setor elétrico”.
Como a energia afeta o bolso do consumidor?
Pedro Coletta, analista de energia da Equus Capital, explica
que, além do impacto nas contas dos consumidores, o preço da eletricidade afeta
indiretamente outros setores, como a indústria e os serviços.
“A variação nos preços de eletricidade influencia de
maneira ampla, podendo pressionar a inflação quando há aumento e aliviá-la em
momentos de redução dos custos”, afirma Coletta.
Segundo Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, o impacto da
queda da energia elétrica e da desaceleração é “misto”.
“Para o consumidor, o impacto é misto: enquanto o alívio na
conta de luz compensa parte da alta, os preços dos alimentos e dos serviços
continuam a pressionar o orçamento”, avalia Eyng.
Saiba como economizar energia
Retire aparelhos em “modo de espera” da tomada.
Tome duchas quentes mais rápidas.
Compre aparelhos elétricos com Selo Procel, mais eficiente
energeticamente.
Aproveite a iluminação natural por mais horas.
Troque as lâmpadas por modelos de LED.
Otimize o uso do ar condicionado.
Reduza o tempo com ventiladores ligados.
Regule a geladeira.