Fernando, irmão gêmeo do pequeno Matheus, também é diagnosticado com leucemia

folha da regiao -15/10/2018 13:06

A dona de casa Kátia Cristina Bezerra de Souza e o marido dela, o gerente administrativo Edson Cézar de Souza receberam neste fim de semana a notícia que mais temiam: o pequeno Fernando, de 2 anos e 10 meses, irmão gêmeo do pequeno Matheus, que faleceu em julho depois de lutar contra uma leucemia, também está com a doença.

O diagnóstico foi dado após Fernando ele passar mal em casa. Ele foi medicado, mas como não melhorou, precisou ser levado ao hospital da Unimed de Araçatuba, onde fez alguns exames, como hemograma e coleta de líquido cefalorraquidiano. O hemograma deu várias alterações e por isso foi preciso fazer o outro exame. Fernando será transferido para Jaú ainda neste domingo (14), onde vai começar o tratamento.

A doença do Matheus, irmão do Fernando, foi descoberta quando ele tinha 1 ano e 3 meses. Ele começou a passar mal, teve sangramento incontrolável na gengiva e a família decidiu procurar um pediatra. Em uma primeira consulta, o médico tratou o menino com antibióticos, mas ele não melhorava. Os pais, então, levaram Matheus ao hospital da Unimed, onde fez exames que constataram a doença.

A tia dos meninos, Celia Pinezi, contou à Folha da Região em abril deste ano, que na época, os médicos disseram que Matheus tinha apenas 20% de chances de sobreviver. Mas, com o começo da quimioterapia, o estado de saúde dele foi melhorando, e os 20% subiram para 60%.

Completado um ano de tratamento, durante um exame de rotina, a família descobriu que o quadro reverteu e a situação tinha se tornado mais grave.

Naquela época, foi cogitado pelos médicos que o Fernando doasse medula ao irmão Matheus. A médica que cuidava dele, a oncologista Cibele Cristina Castilho explicou à Folha, em entrevista concedida em abril, que os DNAs dos dois eram compatíveis, mas, naquele caso, não podia significar um resultado positivo. Isso porque o organismo do Fernando não tinha desenvolvido leucemia, existindo um risco, ainda que pequeno, dele ter doença.

Em abril, Kátia fez um apelo nas redes sociais pedindo, para quem pudesse, que se cadastrasse no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), na esperança de que alguém tivesse a medula compatível com a do Matheus.

Nos primeiros dias (segunda semana de abril), desde que a mãe fez o apelo, o Hemonúcleo de Araçatuba recebeu quase 500 cadastros. O procedimento é bem simples: basta fazer um cadastro e colher uma amostra de sangue, que vai para o Redome. Em até 30 dias a pessoa saberá se é ou não compatível com alguém que está na lista de espera. “Estou destruída por ter perdido o Matheus e agora mais essa dor. Está muito difícil toda essa dor”, lamentou Kátia à Folha.

As pessoas que fizeram cadastro no Redome não precisam fazê-lo novamente, pois todos os dados ficam no sistema e serão confrontados para ver se há compatibilidade com a medula do Fernando. A tia dele, Célia, pede que todos que ainda não se cadastraram, que o façam, para aumentar as chances de encontrar um doador compatível.

O hemonúcleo de Araçatuba fica na avenida Arthur Ferreira da Costa, 330, Aviação. Telefone (18) 2102-9400.