tv teem -20/02/2019 00:09
O Ministério Público, através da instauração de um Procedimento
Administrativo, está cobrando informações sobre a segurança da barragem de Ilha
Solteira, hoje controlada pela CTG Brasil, e de um plano de ação e evacuação em
caso de rompimento.
Após a tragédia em Brumadinho, em Minas gerais, onde uma barragem
de minério da Vale rompeu, matando cerca de 200 pessoas e mais de cem
desaparecidos, a Agência Nacional de Energia e Elétrica (ANEEL) iniciou a
fiscalização de barragens de 142 usinas hidrelétricas de todo o país.
Depois dessa primeira etapa, a Agência estenderá, entre maio e o
fim de dezembro, a inspeção presencial a todas as barragens de hidrelétricas
classificadas como “Dano Potencial Alto”, até totalizar 335 empreendimentos
vistoriados no ano. É importante destacar que “Dano Potencial Alto” é uma classificação
que diz respeito à área afetada pela usina – se é densamente povoada, por
exemplo – e não às suas condições estruturais. Dentre as usinas que serão
fiscalizadas, está a de Ilha Solteira.
O procedimento instalado pelo Ministério Público é um desdobramento
de um inquérito civil, já instalado pela 3ª Promotoria de Meio Ambiente, da
capital paulista, que pede informações para vários órgãos do estado, sobre a
fiscalização das barragens, se elas vêm sendo feitas e sobre os planos de
evacuação atualizados, em caso de rompimento, entregues para as Defesa Civil
das cidades onde estão sediados esses empreendimentos.
A promotora Marilia Gonçalves Gomes Cangani, em entrevista à TV
TEM, disse que o Ministério Público de São Paulo não está se mantendo inerte,
ainda mais depois do acidente de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. “O
intuito é essa atuação conjunta do Ministério Público do Estado de São Paulo,
fiscalizando para prevenir eventuais riscos de rompimento e barragens”, disse a
promotora.
Marília também ressalta a importância da divulgação de um plano
de evacuação, em caso de emergência, e afirma que a população não informações
de como proceder.
“Esse plano prevê uma série de situações, notadamente situações
de emergência, de como preceder. A população precisa ter publicidade, precisa
ter ciência desse plano de emergência. E o que nós apuramos é que os munícipes
não têm nenhuma informação à esse respeito”, afirmou a promotora.
O Ministério afirma que o procedimento visa, ainda, a análise
dos procedimentos de licenciamento e fiscalização da referida barragem pelos
órgãos incumbidos dessa atividade no Estado de São Paulo, objetivando obter
informações quanto à segurança dessas estruturas. Além disso, ressalta a
necessidade de se averiguar se os órgãos fiscalizadores estão cumprindo a
obrigação de dar ampla publicidade à sociedade acerca das condições da
barragem.
O MP deu 15 dias para que a CTG Brasil e Prefeitura de Ilha
Solteira apresentem um “Plano de Ação de Emergência”, no que tange à Usina
Hidrelétrica de Ilha Solteira.