g1 -15/10/2018 13:16
Uma criança de 11 anos foi raptada e estuprada por um preso durante o horário de visitas, neste sábado (13), dentro da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL V), no complexo prisional de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. De acordo com o Conselho Penitenciário do Estado do Ceará (Copen), a vítima é irmã de um preso e foi violentada por um outro detento da unidade.
De acordo com o presidente do Copen,
Cláudio Justa, a criança estava com a mãe para ajudar a entregar produtos
pessoais para o irmão, que está recolhido na unidade prisional. Durante a
visita, porém, um detento levou a menina para dentro de um compartimento do
presídio e estuprou a criança.
O G1 entrou em
contato com a Secretaria da Justiça (Sejus), responsável pelos presídios do
Ceará, e com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas,
até a publicação a tarde deste domingo não recebeu um posicionamento sobre o
caso.
Sumiço
A mãe da criança notou o sumiço dela
e acionou a segurança da unidade. Agentes penitenciários realizaram buscas,
encontraram a criança e capturaram o suspeito em flagrante. Conforme a polícia,
ele já estava preso por estupro de vulnerável.
Após o crime, a garota foi socorrida
e levada para uma unidade hospitalar. A menina passou por exames médicos e
periciais que comprovaram o abuso.
Já o presidiário foi encaminhado para
uma área de isolamento para evitar que os outros detentos o agredissem em
represália ao ocorrido. Ele ainda deve ser transferido neste domingo (14) para
evitar conflitos com outros detentos. O local, porém, não foi informado ao G1
para evitar represálias contra o presidiário.
Insegurança na unidade
Cláudio Justa afirmou que o crime
demonstra a insegurança no interior da unidade prisional, que sofre com a
superlotação. O presidente do Copen comentou que não é comum esse tipo de ações
contra familiares, já que os presos têm a visita como "sagrada".
"O que é preocupante é que hoje,
em razão da superlotação, estamos presenciando problemas de acesso de agentes
dentro de onde os presos ficam. Só conseguem ter o pleno acesso à segurança com
o Batalhão de Choque. Mas nos dias de visitas, os próprios presos colaboram. É
uma violência que viola as regras deles mesmos. Não é adotado um plano especial
de segurança, já que é um horário sagrado pra eles. Fugiu da expectativa
total", afirmou.